O nosso segundo encontro começou com uma prática muito comum no Ateliê Nossa Casa: os combinados. São listas de regras que estabelecemos juntos para termos um semestre de trabalho harmonioso. Nos combinados cabe o limite mais divertido que podemos criar em comum, desde que todos estejam de acordos. Se todos apoiam e acham justo tomarmos essa decisão para nossa convivência então a sugestão se torna regra e é anotada pelo aluno que a sugeriu. Ao final, tínhamos uma lista descontraída e colorida na parede do nosso espaço.
Nossos Combinados
Estabelecidos nos combinados os desenhos dos nomes foram retomados. Junto com eles um desafio: Somar o trabalho bidimensional com a estrutura tridimensional das caixas de sapato que os alunos haviam trazido na aula passada. Não havia um modelo específico. Assim como os desenhos as caixas eram muito variadas, feitas nas mais diversas formas. Umas menores, outras maiores... Algumas mais achatadas, outras bem mais largas... O desafio primeiro: como fazer com que o meu desenho componha essa outra forma, de modo que eu ainda possa usar a caixa como uma caixa (para carregar e coisas) e meu desenho ainda pareça com o desenho que eu fiz?
Alguns, diante das caixas, retomaram seus desenhos e reconfiguraram figuras, espaços em branco, etc.
Outros, ao mesmo tempo em que faziam essas "mudanças", partiram para o desafio da composição tendo a caixa de sapato como suporte.
As caixas se tornaram céus azuis, corujas, árvores gigantes e encorpadas. Algumas foram desfeitas e depois refeitas. E então, as caixas tinham cedido espaços a colegas de classe que agora compartilham o conhecimento de dobradura uns com os outros.
Terminadas as caixas elas foram reservadas a um descanso próprio para a secagem de tantos elementos que elas receberam. O espaço de tempo foi necessário para que no próximo encontro elas sejam utilizadas. Por um lado, elas ainda continuam caixas. Por outro, se tornam as cestas que acompanharão nossos alunos em uma busca tão cara ao Ateliê Nossa Casa: a prática da coleta.